O tema central da exposição, Florestania, faz referência à cidadania dos povos que vivem nas florestas — uma cidadania que se ancora na relação profunda com a terra, com os ciclos naturais e com o respeito aos saberes ancestrais. O “território esquecido” diz respeito ao afastamento progressivo da sociedade urbana em relação à natureza.
“Vivemos em cidades que não têm autoconsciência. A cidade é cega, é muda. E nós, imersos nessa lógica, estamos cada vez mais distantes da nossa essência natural. Esquecemos que somos, nós também, natureza. Ser natureza é, de certa forma, reconhecer em nós a presença indígena — a sabedoria dos nossos ancestrais que entendiam a terra não como posse, mas como parte de si”, explica Littus Silva.
Durante o evento, a professora e fundadora da Figam, Iraci Gama, destacou a importância de revisitar as origens e valorizar a cultura indígena. “Estamos vivendo um tempo em que é urgente rediscutir nossas origens. Na nossa formação, costumamos destacar os portugueses, os africanos e os indígenas, mas a cultura indígena raramente recebe a ênfase que merece. Precisamos honrar e valorizar esse legado, especialmente a relação dos povos indígenas com as plantas, com as florestas, com as águas”, destaca.
Fotos: Roberto Fonseca/Secom/Alagoinhas