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Tradição e prevenção: Caravana dialoga com a cultura junina para proteger a Caatinga
Em plena Semana do Meio Ambiente, a Caravana Bahia Sem Fogo desembarca no norte do estado com uma edição especial que dialoga diretamente com as tr...
02/06/2025 19h00
Por: Redação Fonte: Secom Bahia

Em plena Semana do Meio Ambiente, a Caravana Bahia Sem Fogo desembarca no norte do estado com uma edição especial que dialoga diretamente com as tradições juninas e os desafios da convivência sustentável com o bioma Caatinga. No município de Juazeiro, terra das Carrancas, o fogo que antes era símbolo apenas de celebração agora também é visto como ameaça ao meio ambiente e oportunidade de transformação.

Mantendo o diálogo característico da Caravana, a comitiva escolheu a Câmara Municipal de Vereadores para primeira parada nesta segunda-feira (2). O encontro, que reuniu gestores municipais, brigadas voluntárias e representantes de órgãos estaduais, teve como destaque os desafios enfrentados pelas comunidades durante o período de estiagem e o fortalecimento das redes locais de prevenção.

“O fogo é parte da cultura, das festas e da lida com a terra. Mas com o agravamento da seca e o aumento dos focos de incêndio na Caatinga, é fundamental repensar essas práticas sem desvalorizar a identidade local. A prevenção começa com o respeito à realidade de cada território, e é com essa premissa que a Caravana está abrindo essa terceira etapa, em tempos de festas juninas, reforçando que cuidar da natureza também é tradição”, afirmou o coordenador de Programas e Projetos da Secretaria do Meio Ambiente, Pablo Rebelo.

Nesta etapa da Caravana, a comitiva também faz um convite aos municípios e consórcios locais: parceria ativa na divulgação da Campanha da Caravana, que será lançada em breve pelo Governo do Estado, com destaque às orientações para o período de festejos juninos.

“Serão distribuídos panfletos, cartazes e conteúdos digitais com orientações sobre o uso responsável do fogo durante os festejos, além de spots informativos para rádios comunitárias. A ideia é que a mensagem chegue de forma ampla e acessível às comunidades”, reforçou Pablo.

Segundo a Defesa Civil, que também acompanha a comitiva nesta terceira etapa, os festejos juninos, apesar de tradicionais, não têm sido, nos últimos anos, motivo frequente de ocorrências de incêndios em Juazeiro. As ocorrências são originadas, em sua maioria, por práticas como a queima de lixo, especialmente em áreas urbanas.

“O município de Juazeiro vem demonstrando um nível elevado de preparo diante dos desastres. A Defesa Civil Municipal está estruturada e atuante, o que é um indicativo importante para essa construção de uma cidade resiliente. Estamos, inclusive, na fase final de elaboração do plano de contingência de Juazeiro, que será encaminhado já no mês de julho para a Câmara Municipal. Então nosso papel, enquanto Defesa Civil Estadual, é justamente articular, apoiar e fomentar essa cultura de prevenção, que é menos custosa e mais eficaz do que a resposta a desastres já instalados”, afirmou o gestor.

De acordo com Emanuela Ribeiro, representante da Defesa Civil do município, o plano de contingência define estratégias, responsabilidades e protocolos de atuação em emergências, como estiagem, alagamentos ou incêndios florestais. “Ele orienta todas as ações de resposta e recuperação, garantindo mais agilidade, organização e segurança para a população quando um desastre acontece”, explicou.

Em comunidades rurais como o Junco, no Salitre, estudantes e gestores locais também se reuniram a Caravana para, juntos, refletirem sobre queimadas e preservação do meio ambiente. O encontro aconteceu na Escola Municipal Manoel Nunes Amorim, onde os técnicos promoveram dinâmicas educativas e realizaram a entrega qualificada de materiais didáticos.

O bombeiro militar, Cabo Maciel, conduziu uma conversa leve e bem-humorada com os estudantes sobre os riscos do uso inadequado do fogo, especialmente nesta época do ano. Utilizando perguntas diretas e exemplos do cotidiano das crianças, ele estimulou a participação ativa e refletiu sobre atitudes aparentemente inofensivas que podem causar grandes danos ambientais.

“A gente quer que vocês entendam que é possível causar um incêndio mesmo sem querer. Um rojão mal lançado, uma fogueira mal posicionada ou até a queima de lixo em dias secos pode se transformar em desastre. E quando isso acontece, a fauna foge, o alimento desaparece, o ambiente adoece. Por isso, responsabilidade é a palavra”, alertou Maciel, ao incentivar os alunos a levar o conhecimento para casa e conversar com suas famílias.

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Fonte: Ascom/Inema