Genética e Evolução estão entre os temas que, frequentemente, despertam dúvidas e inseguranças entre estudantes de diferentes idades, especialmente por serem considerados conceitos abstratos e de difícil compreensão. Pensando em tornar esses conteúdos mais acessíveis, a professora Luciana Aleixo, do curso de Ciências Biológicas da Uesb, campus de Vitória da Conquista, desenvolve a pesquisa “O lúdico no ensino-aprendizagem de Genética e Evolução”, que une jogos, encenações, vídeos e atividades interativas para transformar a forma de ensinar e aprender esses temas.
De acordo com Luciana, o uso do lúdico permite que temas complexos se tornem mais claros. “A ludicidade favorece uma aproximação, especialmente do público infantil, com o conhecimento apresentado. Quando associamos jogos, modelos concretos e atividades práticas, a aprendizagem se torna mais significativa”, explica. A adesão dos gestores e professores também tem sido bastante positiva. “Os professores abraçaram a proposta e reconhecem que essas ações estimulam os alunos a serem protagonistas do seu aprendizado”, afirma a docente.
Dados que revelam transformação –Os resultados da pesquisa evidenciam a importância da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem. Ao longo dos eventos, foi possível observar que a grande maioria dos participantes relatou compreender melhor os conceitos de Genética e Evolução após participar das atividades. Além disso, os professores parceiros indicam uma melhora significativa no interesse e no desempenho dos alunos em sala de aula.
Os temas, que antes pareciam distantes da realidade dos estudantes, passam a fazer sentido quando eles interagem com modelos de DNA, fósseis, jogos sobre seleção natural ou participam de encenações que simulam processos evolutivos. “O lúdico não só facilita a compreensão, como também desperta curiosidade e desejo de aprender mais”, reforça a professora.
Impacto na formação e no cotidiano –Os benefícios não se restringem aos alunos da Educação Básica. Estudantes da própria Uesb, que atuam como bolsistas e voluntários nos projetos, também relatam ganhos significativos em sua formação acadêmica e profissional. Ao levar o conhecimento para fora dos muros da Universidade, eles aprendem a adaptar a linguagem científica, tornando-a mais acessível.
A professora enfatiza que, sem metodologias ativas e interativas, temas como Genética e Evolução continuam sendo encarados como difíceis por muitos estudantes. “Na ausência de estratégias lúdicas, os conteúdos permanecem distantes e, muitas vezes, geram desinteresse”, pontua.
Novos passos– A proposta de aproximar a Universidade da comunidade continua crescendo. O projeto “Evolução Para Crianças” ganhará uma nova versão, com a produção de uma revistinha em quadrinhos sobre relações ecológicas. A expectativa é ampliar a participação nas feiras literárias da região Sudoeste da Bahia.
Para Luciana, o papel da Uesb é fundamental no desenvolvimento de metodologias que tornem o ensino mais dinâmico e acessível. “A Universidade tem um papel essencial na formação de professores e na produção de conhecimento, sendo um ambiente privilegiado para pensar e implementar práticas que realmente façam a diferença na educação pública”, conclui.
O trabalho faz parte do programa de extensão “Evolução Para Todos”, que completará cinco anos em 2025. O programa engloba projetos como “Evolução Para Crianças: alguém viu um dinossauro?”, “Evo-Feira” e o evento “ComCiência”, realizados na Universidade e também em escolas da região, como a Escola Bem Querer, o Complexo Integrado de Educação Básica, Profissional e Tecnológica (CIEBPT) e o Colégio Estadual Mozart Tanajura.
Fonte
Ascom/Uesb