Com o lançamento do projeto Trajeto Moda nesta quarta-feira (18/10) em Governador Valadares, chega a 24 o número de municípios contemplados pelo programa que vem se tornando parceiro de municípios e população ao oferecer capacitação profissional e desenvolvimento pessoal a mulheres em vulnerabilidade social (veja a lista completa de cidades atendidas no fim do texto).
Criado com o objetivo de melhorar a vida de mulheres em vulnerabilidade social, situação de violência doméstica, mães solos ou insegurança alimentar o programa já capacitou cerca de 300 pessoas e será expandido no ano que vem.
Em 2024, o Governo de Minas anunciou que o número de participantes deve saltar para pelo menos 500 com a chegada do projeto a 35 municípios mineiros, pelo menos.
Interiorização
Com aporte de R$ 5,2 milhões, o projeto, lançado em abril deste ano e coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese-MG), está em fase de interiorização.
Num primeiro momento, o investimento é de R$ 1,8 milhão para a expansão. Parte desse recurso foi direcionado à compra de 159 máquinas que vão auxiliar os municípios na montagem de espaços colaborativos de costura e garantir a contratação dos cursos técnicos de qualificação, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que oferece os cursos de capacitação.
A entrega dos maquinários e a disponibilização dos cursos compreendem a primeira de uma série de ações para o desenvolvimento do Trajeto Moda em novas localidades, que conta ainda com outras etapas definidas de acordo com as especificidades e realidades locais dos municípios.
Até 2024, outros R$ 3,4 milhões de recursos da Loteria Mineira serão investidos na expansão do Trajeto Moda para mais 11 municípios: Buritizeiro, Capitão Enéas, Caraí, Catuji, Crisólita, Felisburgo, Frei Lagonegro, Igarapé, Monte Azul, Ouro Verde de Minas e Uberaba.
Além de permitir a ampliação de cidades atendidas, o novo aporte apoiará também a conclusão dos trabalhos nos 24 municípios onde o projeto já está em execução.
O programa
Idealizado em 2020 e iniciado em 2021 com o projeto-piloto realizado com dez mulheres do Aglomerado da Serra, em Belo Horiznte, e sete representantes regionais que contribuíram na adaptação da metodologia inédita, o Trajeto Moda propõe ações contínuas para desenvolver autonomia, cidadania e independência financeira a este grupo de pessoas.
A seleção das mulheres é realizada em parceria com os municípios, especialmente pelas equipes dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras), que também colaboraram na construção dos conteúdos programáticos ministrados, atendendo às demandas emergenciais de cada cidade.
Em Governador Valadares, 11 mulheres foram selecionadas. A capacitação será ministrada pelo Senar-MG, com carga horária de 160 horas. O curso conta com aulas de técnicas de costura, acabamento para montagem de peças de roupa, classificação de tecidos, função e técnica das máquinas de costura reta e overloque, técnicas básicas de costura manual e noções de acabamento e aviamento.
Etapas do projeto
O Trajeto Moda é desenvolvido em três módulos: capacitação em costura, cidadania, inteligência emocional e criação de negócio; qualificações específicas, além de assessoramento, desenvolvimento profissional, estruturação e comercialização.
O primeiro módulo está em execução nos municípios de Almenara, Ataléia, Bonito de Minas, Carlos Chagas, Coluna, Couto de Magalhães, Diamantina, Francisco Sá, Frei Gaspar, Guaraciama, Joaíma, Mata Verde, Muriaé, Novo Cruzeiro, Pedras de Maria da Cruz, Ribeirão das Neves, Rio Vermelho, Rubelita, Salinas, Serro, Taiobeiras, Varzelândia e agora em Governador Valadares.
Nesses municípios, as mulheres atendidas estão sendo capacitadas na prática da costura, com aprendizado do manuseio das máquinas industriais para confecção de peças básicas. Elas também recebem orientações sobre cidadania e inteligência emocional, assuntos ligados à autoestima, convivência em grupo, conscientização sobre seus direitos e deveres e sobre a identificação de ciclos de violência doméstica e acolhimento de mulheres na rede assistencial.
Outro foco desta fase do projeto é o oferecimento de oficinas para a criação de negócios, que têm como foco desenvolver habilidades do comportamento empreendedor nas participantes, simulando a criação de um negócio ou novo produto, por meio da identificação e direcionamento de oportunidades para a produção local.
“A gente trabalha também toda a parte emocional, mostrando para essas mulheres a capacidade que elas têm. A gente consegue trabalhar não apenas o ofício, mas como ela vai aplicar o que aprendeu no curso, gerando renda e independência financeira”, pontua Wanêssa Cabidelli, coordenadora do projeto.