A produção mundial de diamantes de laboratórios deve atingir a marca de 19,2 milhões de quilates em 2030. É o que prevê o relatório produzido pela empresa belga Antwerp World Diamond Centre (AWDC) em parceria com a consultoria americana Bain & Company.
Metade das vendas de diamantes lapidados no segundo semestre de 2023 nos Estados Unidos corresponde a diamantes de laboratório, segundo informações do conglomerado de mineração e comércio de diamantes Debeers, sediado na Inglaterra.
Ainda de acordo com dados divulgados pelo grupo inglês, o comércio mundial de joias com diamantes foi de US$ 87 bilhões em 2021, o que representou um aumento de US$ 19 bilhões em comparação a 2020.
Vinicius Mello, CEO do Grupo Riopae, que atua no ramo funerário, explica que a produção de diamantes em laboratório pode ser feita a partir de cabelos ou cinzas oriundas do processo de cremação de pessoas e animais de estimação. “O carbono assume um papel fundamental na criação de diamantes. Este elemento constitui 18% do corpo humano e é a base para a formação dos diamantes, que nada mais são do que carbono cristalizado.”
O empresário afirma que os diamantes cultivados, produzidos a partir do carbono presente nas cinzas humanas, são autênticos e genuínos. “Os diamantes naturais se formam em ambientes de alta pressão e temperatura na base da crosta terrestre. Nos laboratórios, esse ambiente é recriado com temperaturas de até 1.500ºC e pressões de até 40 Kilobars”.
Transformando cinzas em joias
No Brasil, a parceria exclusiva do laboratório Heart in Diamond (líder mundial do segmento) com a Casa Funerária São João Batista, do grupo Riopae, possibilita a transformação de cabelos e cinzas em diamantes desde 2022. “A remoção do nitrogênio resulta na criação de diamantes incolores, onde o foco é purificar o carbono antes do processo de produção”, detalha o especialista sobre o processo de criação artificial de diamantes, que dá origem a cristais coloridos. Devido a presença do nitrogênio na matéria prima utilizada a coloração pode variar do amarelo suave ao laranja intenso.
A purificação do carbono é realizada em um período de cinco mil minutos ao longo de três dias, atingindo uma pureza de 99,99% por meio da utilização de equipamentos de alta precisão que garantem a qualidade e estabilidade da criação, conforme explica Mello.
O empresário conta que cada detalhe da produção é tratado com precisão cirúrgica, onde até a água utilizada é 1250 vezes mais pura que a água potável, para evitar qualquer contaminação. “A cristalização dos diamantes é um processo delicado e lento. O carbono purificado serve como base, removendo-se o ar e outros elementos para garantir a pureza e densidade desejadas.”
Segundo Mello, após essa primeira etapa de purificação, ocorre a nanocristalização planetária, onde impurezas são removidas e o carbono é preservado, seguida pela purificação a vácuo com aquecimento, que é aplicada para eliminar impurezas voláteis, e pela purificação química do carbono a úmido para garantir uma pureza de 99,99%.
“Finalmente, o carbono purificado é cristalizado sob alta pressão e temperatura, transformando-se em diamantes. Este processo pode levar dias ou meses, dependendo do tamanho e da cor desejada. Os diamantes resultantes, feitos de cinzas, são então polidos por especialistas, garantindo sua qualidade final”, diz o empresário.
O especialista reforça que a transformação de cabelos humanos e cinzas em diamantes é um processo complexo e técnico que garante a criação de joias autênticas e memoriais. “Cada etapa é realizada com precisão e cuidado, resultando em diamantes de alta qualidade, que contam histórias únicas e preciosas.”
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