Inovar é investir em ideias que têm potencial para criar soluções diferenciadas, que podem, de formas distintas, mudar o dia a dia das pessoas, melhorando a sua qualidade de vida. Investir em inovação significa impulsionar a economia, a tecnologia e, em consonância a isso, o desenvolvimento humano e social.
Neste contexto, o Governo de Minas , por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) , tem se esforçado e atuado constantemente para cumprir seu papel no estímulo e na promoção da ciência, tecnologia e inovação no estado. Para tanto, a Sede criou e mantém diversos programas que incentivam os segmentos em empresas, universidades e dentro do próprio poder público.
Inovação à serviço da sociedade
Um dos programas do Governo de Minas com esse propósito é o Seed MG , que atua como um agente de fomento do ecossistema de empreendedorismo e inovação, por meio da aceleração de startups para empreendedores do mundo todo, que queiram desenvolver seus negócios em Minas Gerais. Desde o início do projeto até 2023, mais de 350 startups já foram impulsionadas. Além disso, agora também conta com o Seed Gov, que tem como objetivo fomentar o trabalho das startups, que são incentivadas a desenvolver soluções que serão disponibilizadas ao estado. Dessa forma, o Seed estabelece um valioso ciclo de ajudar empresas a elaborar ações, produtos e serviços capazes de transformar a vida das pessoas e contribuir com a eficiência do estado.
Um exemplo de como o programa pode transformar vidas é o projeto desenvolvido pela startup Rotulus Psicologia Criminal, em Viçosa, na Zona da Mata mineira, com o objetivo de atuar diretamente com agressores ou possíveis autores, em casos de violência doméstica.
“A legislação brasileira, além de punir os homens autores de violência contra mulher, determina que o agressor deva ‘frequentar programas de recuperação e reabilitação’ e ‘ter acompanhamento psicossocial’, individual ou em grupo (Lei 11.340). São cerca de 300 iniciativas em todo o país que reúnem esses homens para debater e rever suas atitudes diante da sociedade. No entanto, o número ainda não é suficiente”, destaca a CEO da Rotulus, Rebeca Alvarenga.
Tendo isso em vista e, com o subsídio do Seed, a startup propõe o desenvolvimento de uma plataforma virtual de intervenção para os autores de violência doméstica, em situação de privação de liberdade ou em cumprimento de medida alternativa. As intervenções serão baseadas em psicoeducação, a qual tem como característica principal “proporcionar alterações comportamentais, sociais e emocionais, possibilitando assim a prevenção”.
A plataforma apresenta conteúdos gerais para todos os participantes, mas também conteúdos especiais, atribuídos a grupos de acordo com suas demandas. “Após todo o processo, o projeto objetiva colaborar com a redução de possíveis novos casos de agressão física, psicológica ou outras contra a mulher, bem como, os índices de reincidência”, reitera Alvarenga.
Outro projeto impulsionado pelo Seed e desenvolvido pela startup Ivare, com foco na Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) , é uma solução que consiste na aplicação de Inteligência Artificial por meio de utilização da visão computacional, Machine Learning, Deep Learning, Data Science e Analytics, aplicados em uma plataforma modular, criada para identificação precoce de vítimas de homicídios, inserindo políticas públicas de proteção à vida. A expectativa é que contribua diretamente para as ações preventivas das forças policiais, ao identificar potenciais autores e vítimas de crimes por meio da Inteligência Artificial, que analisa os boletins de ocorrência.
Financiamento e estímulo à competitividade nas empresas de Minas
O Pró-Inovação é, atualmente, o programa de financiamento do segmento mais flexível do Brasil. Com intuito de impulsionar projetos de inovação em empresas mineiras, o programa visa financiar novas soluções, produtos, metodologias, processos e empreendimentos, fortalecendo o setor produtivo com mais inovação e transferência de tecnologia. Na prática, isso significa mais competitividade para as empresas, além de melhores empregos e soluções para os mineiros.
Para a execução da iniciativa, estão sendo disponibilizadas linhas de crédito para impulsionar as empresas por meio de financiamento contínuo e taxas vantajosas, além de flexibilidade em garantias e aplicação, utilizando recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) . O convênio viabiliza R$ 150 milhões em menos de um ano.
E quem já está usufruindo do projeto é a empresa Tecscan, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O empreendimento, voltado para a área de reciclagem e reaproveitamento de resíduos foi contemplado por uma das linhas de crédito ofertadas pela Fapemig e BDMG, por meio do Pró-Inovação.
O projeto que vem sendo desenvolvido chama-se Fertiflash e consiste na conversão acelerada de resíduos orgânicos (cascas de frutas, legumes, verduras, restos de animais, aves e peixes, capim seco, entre outros) em fertilizante orgânico estéril, sem qualquer resíduo químico. A ideia do projeto é reduzir o tempo total da compostagem, que naturalmente leva de sete a 16 semanas, para menos de duas semanas.
“Estamos há um ano realizando pesquisas e desenvolvendo o projeto. E, para que pudéssemos dar andamento, precisávamos de um fôlego para produzir a solução e tudo que envolve o projeto, como maquinário e insumos. Com isso, o recurso do Pró-inovação, oferecido pela Fapemig e pelo BDMG, ajudará no processo de maturação do projeto e fará com que logo possamos colocá-lo à disposição do mercado e da sociedade”, avalia Ronaldo Carvalho, proprietário da Tecscan.
Empreendedorismo universitário
Mais um projeto do Governo de Minas voltado para o fomento à inovação e tecnologia é o Programa de Vivência Universitária em Empreendedorismo e Inovação (Vuei), cuja premissa básica é estimular que jovens universitários desenvolvam ecossistemas de inovação e empreendedorismo dentro das universidades. Além disso, busca despertar o protagonismo, autonomia e a proatividade dos alunos da graduação e pós-graduação, estimulando a criação de projetos e negócios inovadores que envolvam ciência e tecnologia.
Até o momento, o projeto já beneficiou mais de 500 jovens universitários, com a participação de mais de 200 professores, em universidades públicas e privadas, nas diversas regiões de Minas.
Márcio André Stefanelli Lara, pró-reitor de Inovação e Empreendedorismo da Universidade Federal de Lavras, conta como o Vuei tem sido preponderante para estimular os estudantes em ações empreendedoras. “A importância para nossa instituição é principalmente na sensibilização, prospecção e mapeamento de novas possibilidades. Dentro da instituição, isso tem transformado a vida de muitos estudantes, mudando a mentalidade deles, e a gente tem trabalhado principalmente no aculturamento dessa visão empreendedora e inovadora por meio do Vuei”.
Lara conta que a equipe do Vuei desenvolve uma série de ações de prospecção e conscientização dos jovens e que agora estão iniciando um programa de pré-aceleração de startups, em dois projetos, o Avança Café, e o “Inova Lácteos”, voltados para ampliação das duas cadeias produtivas. “Além de estudarem inovação e empreendedorismo na disseminação deste conhecimento, eles também estão absorvendo conhecimento de como funcionam alguns programas de indução à novas startups”, reforça o pró-reitor.
Inovação tecnológica no setor produtivo
Outra iniciativa que vem beneficiando os mineiros é o Compete Minas. O programa de aumento da competitividade e da inovação de empresas mineiras, por meio do investimento público em projetos de inovação tecnológica que beneficiem o setor produtivo estadual. Lançada em 2022, a iniciativa já realizou duas rodadas, em que aprovou cerca de 80 projetos, com investimentos públicos de mais de R$ 28 milhões.
Apesar do pouco tempo de existência, o Compete Minas já acumula cases de sucesso como de uma empresa de panificação industrial em Pouso Alegre, no Sul do estado, que está desenvolvendo, com apoio do programa, um novo processo e tecnologia em panificação para produtos semi-prontos (pré-assados), conservados à temperatura ambiente e com elevada crocância.
O objetivo do projeto é desenvolver produtos e o processo de produção de pães crocantes em uma planta piloto, com foco nos tipos mais consumidos no país, para que possam ser embalados em temperatura ambiente sem a necessidade do congelamento durante o processo e sem adição de conservantes. Isso tende a reduzir significativamente o consumo energético de toda a cadeia, garantindo e mantendo as qualidades sensoriais esperadas para esse tipo de produto.
Esse desenvolvimento permitirá não somente à empresa de panificação industrial, mas a toda a cadeia produtiva alcançar maior eficiência energética desde a produção até o consumo final. A abrangência será nacional, visando inclusive, exportações e atendimento de regiões com déficit de energia elétrica.
Fernando Passalio, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, avalia que a atuação do Governo de Minas para estimular a ciência, tecnologia e inovação em todas as partes do estado, por meio de programas e ações em variadas frentes, impacta diretamente no desenvolvimento econômico estadual. “Quando encorajamos iniciativas de inovação, ciência e tecnologia, automaticamente novas empresas, soluções, serviços e produtos são criados. Isso torna o mercado cada dia mais competitivo, atrai investimentos, gera renda e empregos e melhora a qualidade de vida dos nossos cidadãos”.
Mín. 21° Máx. 33°