O senador Eduardo Girão(Novo-CE) criticou, em pronunciamento nesta quarta-feira (19), a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Para o senador, a apresentação da denúncia foi antecipada no momento em que pesquisas indicam queda na aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
— O que ontem [terça-feira (18)] foi apresentado pela Procuradoria-Geral da República deveria ser independente, a história dela, o conjunto da obra mostra uma independência, mas ela [PGR] fez uma sustentação para lá de tendenciosa, numa narrativa absurda de um "golpe", com 207 insinuações hipotéticas. Olhem a coincidência: na semana em que é publicada pesquisa da Paraná [Pesquisas] com Lula desabando com 24% de aprovação e mostrando que o ex-presidente Bolsonaro ganharia de Lula no primeiro e no segundo turnos, aparece a antecipação de um relatório que viria talvez na semana que vem — disse.
O senador também afirmou que o ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Terrintórios (TJDFT) Sebastião Coelho "passou a ser perseguido" após defender um preso dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. E mencionou o caso de Filipe Martins, ex-assessor especial para Assuntos Internacionais do governo Bolsonaro, que ficou preso "por suposta participação na tentativa de golpe" para manter o ex-presidente no poder.
Outra crítica de Girão foi sobre a investigação contra o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) que, segundo o senador, apenas exerceu seu direito constitucional ao denunciar supostos abusos da Polícia Federal. A investigação foi motivada por acusações feitas pelo parlamentar durante pronunciamento na Câmara dos Deputados contra o delegado da Polícia Federal Fábio Alvarez Schor.
— A palavra "pacificar" já está muito banalizada. Então, vou dizer aqui, como já foi dito em alguns outros momentos, que conciliar o Brasil é através da anistia. Pelos casos arrolados nos atos dos protestos do dia 8 de janeiro, quem errou tem que pagar, mas dentro da lei, e não é isto que está acontecendo no Brasil. Está acontecendo uma devastação de vidas de pessoas, de famílias — afirmou.
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