Com o encerramento do verão, o varejo de vestuário inicia sua preparação para a coleção outono/inverno, período que também concentra uma das datas mais relevantes para o comércio: o Dia das Mães. Segundo projeções do IEMI - Inteligência de Mercado, o setor deve registrar crescimento em vendas e faturamento entre os meses de maio e agosto de 2025, apesar de um cenário macroeconômico ainda marcado por incertezas.
As estimativas apontam que o volume de peças comercializadas no período chegará a 2,2 bilhões, representando um aumento de 2,5% em relação às 2,1 bilhões de peças vendidas no mesmo período de 2024. Já a receita nominal do setor deve alcançar R$ 103,7 bilhões, alta de 4,5% frente aos R$ 99,2 bilhões do ano anterior.
O mês de maio, tradicionalmente impulsionado pelas vendas do Dia das Mães, deverá apresentar crescimento mais tímido no volume de peças, com uma alta de 0,8% (539,2 milhões de unidades). Em contrapartida, o faturamento previsto para o mês é mais expressivo, com avanço de 4,3%, totalizando R$ 26,4 bilhões frente aos R$ 25,2 bilhões de 2024.
Tabela 1: Varejo de Vestuário outono/inverno (maio a agosto) | |||
| 2024 | 2025¹ | Var. % 25/24¹ |
Volume de peças | 2,1 bilhões | 2,2 bilhões | 2,5% |
Valor (R$) | 99,2 bilhões | 103,7 bilhões | 4,5% |
Tabela 2: Varejo de Vestuário outono/inverno (maio) | |||
| 2024 | 2025¹ | Var. % 25/24¹ |
Volume de peças | 534,9 milhões | 539,2 milhões | 0,8% |
Valor (R$) | 25,3 bilhões | 26,4 bilhões | 4,3% |
As projeções consideram um ambiente de desaceleração econômica, marcado por inflação persistente, política monetária restritiva e crédito mais caro, além da pressão externa provocada por tensões comerciais, como as novas tarifas de importação aplicadas pelos Estados Unidos.
"Mesmo em um cenário macroeconômico desafiador, o setor de vestuário apresenta sinais de resiliência e prepara-se com otimismo moderado para as principais datas sazonais do inverno", afirma Marcelo Prado, economista e sócio-diretor do IEMI - Inteligência de Mercado.
Segundo Edmundo Lima, diretor executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX), entidade que representa as principais redes varejistas de moda do país, o Dia das Mães historicamente impulsiona o setor. “Trata-se da segunda data mais relevante para o varejo de moda, atrás apenas do Natal. No entanto, o cenário atual exige estratégias assertivas para atrair o consumidor e garantir bons resultados”, avalia.
Um dos fatores que pode afetar o desempenho das vendas é a sazonalidade do clima. As mudanças climáticas têm tornado cada vez mais desafiadora a previsibilidade das estações do ano, especialmente o inverno, impactando diretamente a cadeia produtiva da moda. Oscilações atípicas de temperatura e eventos ambientais extremos dificultam o planejamento das coleções sazonais, levando as varejistas a adotarem estratégias mais flexíveis na produção e na gestão de estoques.
“A antecipação das tendências sempre foi um fator-chave no setor, mas a imprevisibilidade climática obriga as marcas a repensarem seus ciclos de produção para evitar estoques excessivos ou falta de produtos adequados às condições do tempo”, observa.
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