A busca por práticas sustentáveis na construção civil tem impulsionado a adoção de métodos inovadores, como a construção pré-fabricada. A técnica concentra a produção em ambientes industriais controlados com objetivo de reduzir o desperdício de materiais, otimizar recursos e minimizar o impacto ambiental.
Para se ter uma ideia, o mercado de edifícios pré-fabricados do Brasil foi estimado em US$ 3,25 bilhões (R$ 18,49 bilhões) em 2024, conforme relatório publicado pela Mordor Intelligence. O segmento pode chegar a US$ 4,26 bilhões (R$ 24,23 bilhões) até 2029, crescendo a uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 5,54% durante o período de previsão (2024-2029).
Para os engenheiros Daniel Fonseca Matos e Pedro Leonardo Boaventura Silva Santana, sócios-diretores da Garder Engenharia, um dos principais diferenciais da construção pré-fabricada é a redução drástica de resíduos.
“No ambiente industrial, cada peça é fabricada com precisão, de acordo com projetos previamente definidos e otimizados. Isso evita sobras, perdas por corte ou por erro de execução”, afirma.
Matos e Santana explicam que, diferentemente do modelo tradicional, em que muitas vezes os materiais são adaptados in loco, a pré-fabricação permite um planejamento logístico eficiente e praticamente elimina os resíduos sólidos, típicos das construções convencionais.
“Além disso, a fabricação em ambiente controlado reduz emissões de poluentes e a necessidade de movimentação excessiva de materiais, contribuindo para uma menor pegada de carbono”, destacam.
Materiais sustentáveis e durabilidade
O concreto pré-fabricado é um dos materiais mais utilizados nesse modelo, mas sua produção industrializada permite maior eficiência no uso de recursos. Segundo Matos, a produção em fábrica possibilita o uso racional da matéria-prima, o reaproveitamento de água no processo e a reciclagem de moldes. Os elementos ainda podem ser projetados para maior durabilidade e menor necessidade de manutenção.
“Outros materiais complementares, como aço e EPS (poliestireno expandido), também são amplamente empregados devido ao seu alto potencial de reciclagem e reaproveitamento”, diz.
Em projetos de grande porte, a construção pré-fabricada se destaca por reduzir significativamente o tempo de execução, consumo de recursos e diminuição do número de trabalhadores em campo. Matos e Santana ressaltam: “Obras de grande porte normalmente exigem um volume expressivo de mão de obra, transporte, energia e recursos hídricos”.
“Estudos apontam que essa metodologia pode reduzir em até 80% os resíduos gerados e 60% no consumo de água, além de diminuir o tempo de construção pela metade em comparação com métodos tradicionais”, afirma.
Crescimento do mercado
A construção pré-fabricada está em expansão no Brasil e no mundo, impulsionada pela demanda por soluções sustentáveis e eficientes.
“A Garder acredita que o modelo pré-fabricado é não apenas uma tendência, mas uma necessidade diante das novas exigências ambientais”, reporta o sócio-diretor. “No Brasil, vemos uma curva de crescimento constante, com maior aceitação do mercado e avanços tecnológicos que tornam o modelo ainda mais competitivo”, pontuam.
Ele acredita que, além dos benefícios ambientais, essa abordagem traz ganhos econômicos para os clientes, já que pode reduzir custos com desperdício, retrabalho e manutenção.
Qual o futuro da construção civil?
Um artigo publicado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) observa que as estruturas pré-fabricadas vêm quebrando os paradigmas do setor da construção civil, considerado tradicionalista e apegado aos métodos de produção convencionais.
Na visão de Matos e Santana, a construção pré-fabricada se consolida como uma alternativa alinhada às demandas globais por práticas mais responsáveis.
“Acreditamos que construir com inteligência é também construir com responsabilidade. O futuro da construção passa por inovação, e o sistema pré-fabricado é protagonista nessa transformação”, articulam.
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