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Brasil perde 37,78% da água tratada antes de chegar às casas

Estudo do Instituto Trata Brasil revela que o volume desperdiçado seria suficiente para abastecer 54 milhões de pessoas por um ano

28/05/2025 às 15h15
Por: Redação Fonte: Agência Dino
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O Brasil enfrenta desafios significativos na gestão de seus recursos hídricos, conforme aponta o “Estudo de Perdas de Água 2024”, realizado pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a consultoria GO Associados. Com base em dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2022, o levantamento revela que 37,78% da água potável distribuída no país é perdida antes de alcançar os consumidores finais.

Esse índice representa aproximadamente 7 bilhões de metros cúbicos de água tratada desperdiçados em um ano, o equivalente a cerca de 7.636 piscinas olímpicas por dia. O volume seria suficiente para abastecer 54 milhões de brasileiros durante um ano — número superior à população que vive sem acesso à água tratada, estimada em mais de 32 milhões de pessoas.

Segundo Davi Sandro de Oliveira, técnico especialista em caça vazamentos de água da empresa ND Caça Vazamento, perdas como essas podem ser combatidas com ações preventivas. “A maioria dos vazamentos ocorre de forma silenciosa e não é percebida de imediato. Por isso, o uso de tecnologias como sensores acústicos e geofones digitais tem sido fundamental para identificar os pontos de perda antes que o desperdício se torne crítico”, afirma.

O estudo destaca que, caso o Brasil reduza as perdas na distribuição para 25% — índice recomendado pela Portaria 490/2021 do Ministério do Desenvolvimento Regional —, o país poderá economizar cerca de R$ 40,9 bilhões até 2034. Essa economia resulta da redução nos custos operacionais, menor necessidade de captação em novos mananciais e mais eficiência no uso da infraestrutura já existente.

As perdas de água são causadas principalmente por vazamentos, falhas de medição e consumos não autorizados. Esses problemas elevam o custo de produção para as empresas de saneamento, impactam o meio ambiente e dificultam a ampliação do acesso à água tratada, especialmente em regiões mais vulneráveis.

No cenário internacional, o Brasil se encontra em posição desfavorável. De acordo com o estudo, o país ocupa a 78ª colocação em um ranking de 139 nações analisadas, ficando atrás de países como China, Rússia e África do Sul, todos com índices de perdas inferiores. A média brasileira, de 37,78%, está cerca de 20 pontos percentuais acima da média de países desenvolvidos, que é de 15%.

Entre as regiões brasileiras, o Norte apresenta o maior índice de perdas, com 51,2%, enquanto o Sul tem o melhor desempenho, com 30,7%. Apenas dois estados — Goiás e Mato Grosso do Sul — conseguiram alcançar níveis de excelência em seus principais municípios, conforme os critérios estabelecidos pela Portaria 490/2021.

O “Estudo de Perdas de Água 2024” está disponível para consulta pública no site do Instituto Trata Brasil. Ele oferece uma análise aprofundada sobre os impactos econômicos e sociais do desperdício de água, destacando que, diante da crise climática e da necessidade de universalização do saneamento, combater as perdas é um passo fundamental para garantir segurança hídrica a milhões de brasileiros.

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