Em um cenário de desigualdade histórica na oferta de serviços de saúde de alta complexidade no Brasil, a Bahia desponta como referência no acesso a cuidados hematológicos, superando a média nacional e liderando entre os estados do Norte e Nordeste. O dado foi apresentado nesta segunda-feira (16) durante o 38º Congresso do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), que acontece em Belo Horizonte (MG) e conta com a presença da secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana.
De acordo com o estudo elaborado pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), a média nacional de procedimentos hematológicos foi estimada em 38,33 para cada 10 mil habitantes. A Bahia aparece com o quinto melhor resultado do país e o primeiro entre todos os estados do Norte e Nordeste. Um exemplo recente desse compromisso é a abertura de 19 leitos dedicados exclusivamente à oncohematologia no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador, durante a gestão do governador Jerônimo Rodrigues.
O hospital, que já é referência em alta complexidade, passou a oferecer um serviço estruturado com equipe multidisciplinar de mais de 50 profissionais, poltronas para quimioterapia, salas de pequenos procedimentos, farmácia e ambiente para preparação de medicamentos. Além dos leitos de internamento, a nova unidade disponibiliza atendimento de emergência, consultas ambulatoriais e aplicação de quimioterápicos para pacientes com linfomas, leucemias, mieloma múltiplo e outros tumores malignos do sangue.
O levantamento, que analisou dados de produção ambulatorial e hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), evidencia que apenas oito unidades da federação ficaram acima da média nacional de acesso a exames, diagnósticos e tratamentos para doenças hematológicas. Além da Bahia, integram o grupo Espírito Santo, Distrito Federal, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A secretária estadual da Saúde da Bahia, que acompanha o evento em Minas Gerais, destacou que o resultado reafirma o compromisso do Governo do Estado em garantir assistência especializada em áreas complexas, mesmo diante de desafios estruturais. “Enquanto outras regiões enfrentam déficit no atendimento, a Bahia demonstra que é possível avançar com políticas públicas efetivas, fortalecendo a rede onco-hematológica e investindo em equipes, equipamentos e infraestrutura para cuidar bem da nossa população”, afirmou Roberta Santana.
O estudo reforça ainda as disparidades regionais, mostrando que os piores índices de acesso a cuidados hematológicos estão concentrados no Norte do país, com estados como Roraima, Amazonas, Amapá e Acre apresentando desempenho muito abaixo da média.
A presença da Bahia entre os primeiros colocados é vista como resultado de estratégias que incluem ampliação de serviços especializados, melhoria dos fluxos de diagnóstico e tratamento para patologias como leucemias, linfomas, mielomas e outras doenças do sangue.
O Congresso do Conasems é um dos principais espaços de debate sobre o fortalecimento do SUS e reúne gestores, profissionais de saúde, especialistas e representantes de diversas instituições de todo o país até esta quarta-feira (18) em Belo Horizonte.
Fonte: Ascom/Sesab
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