Integrante da 35ª Bienal de São Paulo, artista vem apresentar seu novo projeto de longa duração, “Kalunga: a origem das espécies”
Nesta sexta-feira (20), a Pinacoteca do Ceará recebe um dos nomes de maior destaque da arte contemporânea brasileira. A artista visual, escritora e psicóloga clínica Castiel Vitorino vem ministrar a aula aberta “Kalunga: a origem das espécies”, na programação do II Ateliê de Pesquisa e Crítica da Pinacoteca. A atividade acontece a partir das 18h, no auditório do museu que integra a Rede de Equipamentos e Espaços Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), gerido em parceria pelo Instituto Mirante. O acesso é gratuito e será acessível em Libras.
Com o título “Kalunga: a origem das espécies”, título do novo projeto de longa duração da artista, Castiel vai apresentar a Kalunga, princípio vital Bantu que defende a vida gestada nas memórias ancestrais, articulando ecologia e cultura num movimento de transfiguração. “A conversa será em torno e imersa nesse desafio ecológico, que é ultrapassar a separação entre vida, morte e transmutação”, explica.
A partir dessa pesquisa, Castiel tem morado em diferentes lugares do mundo e compartilhado saberes sobre cura e metamorfose. Com a instalação “Montando a história da vida”, ela é uma dos mais de 100 artistas participantes da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, em exibição até dezembro deste ano.
A aula com Castiel Vitorino é a primeira atividade aberta ao público do II Ateliê de Pesquisa e Crítica da Pinacoteca do Ceará, que iniciou as atividades em setembro e segue até novembro deste ano. O objetivo desta edição do programa formativo é expandir os enquadramentos conceituais, políticos e existenciais da obra de arte na contemporaneidade, com especial interesse na reconfiguração das noções modernas de representação, subjetividade, humanidade, função e política da arte.
“O pensamento e a prática artística de Castiel Vitorino Brasileiro elaboram e atualizam saberes sobre ecologia, ancestralidade, cura e metamorfose que reencantam o poder das formas, dos corpos e das imagens, e por isso se fazem urgentes no contexto cultural e político dos museus atuais, quando as definições tradicionais de arte – e portanto de crítica de arte – estão não apenas em disputa, mas em risco de seu esgotamento”, observa o coordenador do II Ateliê de Pesquisa e Crítica, Pablo Assumpção.
Castiel Vitorino Brasileiro (1996) é artista plástica, escritora e psicóloga clínica formada na Universidade Federal do Espírito Santo. Mestra em psicologia clínica pela PUC-SP. Em sua prática multidisciplinar, Castiel estuda o mistério entre vida e morte, a chamada Transmutação, e as formas de se locomover entre essas zonas existenciais. Seu pertencimento familiar na diáspora Bantu-brasileira é o fundamento articulado em suas pesquisas sobre medicinas e espiritualidade interespecífica (entre formas de vidas diferentes).
Autora do livro “Quando o sol aqui não mais brilhar: a falência da negritude” (2022), participou de exposições coletivas e individuais no Brasil, nacionais e internacionais. Sua mais recente exposição individual aconteceu na cidade de Nova York, com o título de “Relembre-se de Quando Conversamos sobre o nosso Reencontro” na galeria que a representa, Mendes Woods. Atualmente Castiel realiza seu projeto de longa duração “Kalunga: a origem das espécies”disponível no site.
Inaugurada em dezembro de 2022, a Pinacoteca do Ceará tem a missão de salvaguardar, preservar, pesquisar e difundir a coleção de arte do Governo do Estado, sendo espaço de ações formativas com artistas, comunidade escolar, famílias, movimentos sociais, organizações não-governamentais e demais profissionais do campo das artes e da cultura. Trata-se de um espaço de experimentação, pesquisa e reflexão para promover o diálogo entre arte e educação a partir de práticas artísticas.
O que: Aula aberta “Kalunga: a origem das espécies”, com Castiel Vitorino Brasileiro
Quando: Sexta-feira, 20 de outubro, às 18h
Onde: Auditório da Pinacoteca do Ceará (Rua 24 de maio, s/n, Centro)
Acesso gratuito
Com acessibilidade em Libras
Mín. 22° Máx. 27°