Em pronunciamento no Plenário, nesta segunda-feira (6), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) chamou a atenção para a briga política entre ex-aliados em Fortaleza que, segundo ele, está causando prejuízos e sérios problemas para a população da capital cearense, que sofre com "serviços públicos de péssima qualidade". Girão destacou a violência como um grande problema no estado, mas argumentou que o Ceará vem enfrentando isso há muitos anos devido à alternância de poder entre oligarquias que "estão mais interessadas em se perpetuar no poder do que em atender às necessidades da população".
— A situação chegou a um nível tal, um querendo atrapalhar o outro, o governo do estado querendo atrapalhar a prefeitura, a prefeitura querendo atrapalhar o governo do estado. A questão da poluição aumentando e, todas as vezes em que chegam a ficar interditadas as praias, a prefeitura acusa a Cagece [Companhia de Água e Esgoto do Estado do Ceará], gerida pelo governo estadual, que, por sua vez, joga a responsabilidade para a prefeitura. É um jogo de empurra-empurra. E, na briga entre o rochedo e as ondas, quem perde é o povo cearense — alertou.
Para o senador, essa briga política afeta também as áreas da segurança e da saúde, que precisam de integração entre as esferas de governo, sem interferências partidárias, "para diminuir o sofrimento da população".
— O que nós estamos vendo são as facções criminosas dominando, cada vez mais, espaços grandiosos no estado do Ceará. Chega-se ao ponto de não deixarem trabalhadores entrarem à luz do dia em certos locais sem pedir autorização; expulsar famílias inteiras de casa quando não pagam pedágio ao crime. Antigamente a gente via as pessoas nas calçadas, hoje não se vê mais nem no interior do estado. É um clima de terror por omissão do governo, por inversão de prioridades do governo, que fecha os olhos para isso. Governo fraco e está cada vez pior — disse.
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