Ações do Governo de Minas impulsionam o artesanato rural e transformam a vida de moradores da comunidade de Maciel, em Ouro Preto

O artesanato tem um papel importante na geração de renda no campo, especialmente no segmento da agricultura familiar.  Na comunidade rural de Maciel, no Distrito de São Bartolomeu, em Ouro Preto, as mãos que plantam e cuidam dos afazeres domésticos transformam emendas de retalhos em arte e abrem horizontes para as mulheres da comunidade, em um trabalho que vem se expandindo e aprimorando com o apoio do Governo de Minas , por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) . 

Uma década atrás, a principal fonte de renda da comunidade era uma carvoaria, agora extinta. Com a doação de retalhos e apenas uma máquina para 15 mulheres no início, o projeto de transformar o artesanato em fonte de renda foi costurado com persistência. “No princípio, a gente não sabia nem como cortar. Com as tecnologias, a gente começou a ter a tábua de cortar e a faca apropriada. A gente cortava na tesoura ou usava as chapas de radiografia para fazer o molde, jogava em cima do pano e cortava. Hoje, a gente corta polegada por polegada”, explica a artesã Lúcia Nazaré Bento.  

Assistência Técnica 

O aperfeiçoamento da qualidade, a chegada de equipamentos modernos, a diversificação das peças e a participação em exposições e feiras em diversas cidades foram conquistas alcançadas a partir de 2005, com a criação da Associação Comunitária dos Artesãos e Agricultores de Maciel, que tem o apoio da Emater-MG. Projetos montados pelos técnicos garantiram a aquisição de três máquinas industriais, que se juntaram às máquinas de pedal doadas no início dos trabalhos. 

E não foi só em relação ao artesanato que a assistência técnica pública se fez presente. “A Emater está na comunidade Maciel desde 2004 e tem uma atuação bem ampla. Em relação à agricultura, já elaborou projetos e deu orientações técnicas para o cultivo de bucha vegetal e de hortas comunitárias, com a produção voltada para o consumo das famílias e também para a merenda escolar”, detalha a coordenadora Técnica Estadual de Turismo Rural e Artesanato da Emater-MG, Thatiana Daniela Moura Garcia.   

Capacitação 

Para a evolução do trabalho artesanal com os retalhos foram realizadas oficinas de design, bordado e costura criativa para as mulheres da comunidade. A ação foi realizada em parceria com a Associação dos Artesãos e Agricultores de Maciel, a Prefeitura e o Ministério Público do Trabalho, Comarca de Ouro Preto.  

A proposta foi inovar o artesanato, antes marcado pela rusticidade no acabamento, cores desconectadas e misturas de matéria-prima, dando outra roupagem aos produtos. “Isso foi a arrancada para o trabalho que temos hoje. Nossas vendas melhoraram muito. Onde a gente vai, o pessoal só fala ‘Aaahh, o artesanato de Maciel’. Hoje, ele já é destaque em vários lugares”, conta com orgulho a artesã Lúcia Bento.  

Antes do projeto, a produção era limitada à confecção de colchas, tapetes e fronhas, com emendas de retalhos. Atualmente, as mulheres que formam o grupo Emendas Artesanais produzem bolsas, carteiras, nécessaires e outros itens nesta linha, além de avançarem na produção mais elaborada daqueles primeiros produtos. 

O artesanato é comercializado em feiras em vários municípios, inclusive Belo Horizonte. As peças também ficam expostas, aos finais de semana, na Casa de Gonzaga – casarão do século XVII e ponto turístico na cidade histórica de Ouro Preto. O próximo passo é investir na capacitação para impulsionar as vendas nas redes sociais e outras plataformas on-line.  

Na avaliação da artesã Lucia Bento, a assistência técnica e extensão rural do Governo de Minas é fundamental para a comunidade. “Se a gente não tem apoio, não é reconhecido e nem valorizado. A Emater está sempre presente junto com a gente. Se a gente chegou até aqui, é porque tivemos esse apoio”, reconhece. 

Artesanato e Turismo 

A Emater-MG desenvolve ações para impulsionar o artesanato e o turismo rural em todo o estado. “A nossa intenção é que essa produção seja feita com a valorização da história e da identidade local, trazendo, cada dia mais, os jovens e as mulheres. A valorização desses dois públicos dentro do artesanato e do turismo é muito relevante”, explica a técnica Thatiana Garcia.